
Ingrid Betancourt é talvez a refém mais famosa que já passou pelas mãos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Sua projeção como candidata presidencial e sua nacionalidade francesa garantiam para a guerrilha importante visibilidade midiática e poder de barganha, e faziam de Betancourt uma refém valiosa demais para se perder. Nessa condição, acabou vivendo mais de seis anos em meio à floresta tropical colombiana, sob a vigilância constante de um grupo “terrorista”.
Hoje, dois anos depois da operação de inteligência militar que a resgatou, Betancourt pode usar brincos e não precisa mais pedir autorização para ir ao banheiro. Mas não abdicou completamente da companhia da guerrilha: fora da floresta, escreveu um relato de mais de 550 páginas sobre o período que esteve refém, em um exercício de revisitação do passado que qualifica como “terapêutico”.
De passagem pelo Brasil para divulgar a obra, Betancourt comentou sobre a relação que manteve com seus captores durante aqueles anos, questionou o tipo de “comunismo” praticado pela guerrilha e afirmou que o Brasil precisa mudar de postura e classificar o grupo como terrorista.
“Se há uma organização que sequestra, que manda bombas em igrejas e escolas, pois estão fazendo terrorismo e quem faz terrorismo é terrorista. Ou seja… Eu acredito que as Farc devem ser consideradas terroristas”, afirmou Ingrid Betancourt.
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