terça-feira, 15 de março de 2011

Reféns das Farc são liberados com a ajuda de helicópteros brasileiros

Presidente colombiano só vai dialogar com as Farc quando não houver mais reféns.
Helicópteros militares brasileiros ajudaram na libertação de cinco reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. A ex-senadora Piedad Cordoba fez um acordo com o grupo, que já sequestrou centenas de pessoas e tem sido combatido pelo governo colombiano.
O primeiro dos cinco reféns, o vereador Marcos Baquero, foi libertado nesta quarta (9). O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declarou que só haverá diálogo com as Farc quando não houver mais nenhum refém, e quando o grupo abrir mão do terrorismo, dos sequestros e do tráfico de drogas.
                                                                                                               Luiza Maria

quarta-feira, 9 de março de 2011

Captura de um guerrilheiro revela base das Farc no Brasil


Um relatório sigiloso produzido pela inteligência da Polícia Federal joga por terra o discurso do governo brasileiro de que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não agem do lado de cá da fronteira.
De acordo com o documento, datado de 28 de abril, a guerrilha colombiana não só tem violado sistematicamente a fronteira Colômbia-Brasil como tem utilizado o território brasileiro para seus negócios, especialmente o narcotráfico.
A conclusão faz parte do relatório final da investigação que levou à prisão, de José Samuel Sánchez, o "Tatareto", apontado pela Polícia Federal como integrante da comissão de logística e finanças da 1.ª Frente das Farc, um dos mais importantes destacamentos da guerrilha colombiana.
O grupo que trabalhava na base brasileira utilizava conhecidas técnicas das Farc. O sistema de comunicação que Tatareto mantinha em seu sítio, perto de Manaus, era acionado em horários predeterminados para contatos com a guerrilha na Colômbia: às 7 horas , às 12 horas e às 17 horas. Na maioria das vezes, os diálogos eram codificados.
A exemplo do que as Farc fazem na selva colombiana para esconder armas e drogas, os dois aparelhos de rádio-comunicação ficavam enterrados, dentro de um tonel. A antena utilizada, que não costuma ser discreta, repousava, cuidadosamente camuflada, entre as copas de duas árvores.
Tatareto - "gago", em espanhol - foi preso com mais sete pessoas. Ele é acusado de comandar uma importante rota do tráfico que usava rios da Amazônia para fazer chegar a Manaus carregamentos de cocaína produzida na selva colombiana pelas Farc. Da capital do Amazonas, a droga era distribuída para outros Estados brasileiros e para a Europa.
A PF afirma que a guerrilha, encurralada na Colômbia pelas operações militares do governo de Álvaro Uribe, chegou a estabelecer bases na Amazônia brasileira. Encarregado da arrecadação de recursos para as Farc, diz o relatório, Tatareto "transferiu sua base operacional para o território brasileiro, de onde poderia coordenar (as atividades) com mais tranquilidade, sem o perigo do confronto armado frequente com as forças oficiais da Colômbia". 
                                                                                                                               Nathalia Luiza 

quarta-feira, 2 de março de 2011

No chile as FARC são terroristas, e no Brasil?

Deu no G1: A Câmara de Deputados chilena aprovou um texto que declara a guerrilha colombiana das Farc uma "organização terrorista", anunciou o Legislativo nesta quarta-feira (22/01).

"Com 39 votos a favor e dois contra, a Câmara de Deputados aprovou um projeto de acordo que declara as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como uma 'organização terrorista' e expressa seu repúdio às ligações que ela tenha com partidos ou grupos sociais de qualquer natureza que existam em nosso país", afirma o comunicado da Câmara.



                                                                         Júlia Barcelos.

UE pede às Farc que liberte todos os reféns imediatamente.


Guerrilha libertou dois reféns, na última fase de uma operação que começou na semana passada e terminou com o resgate de quatro sequestrados

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, fez um apelo nesta quinta-feira (17) à guerrilha colombiana das Farc para que liberte imediatamente todos os sequestrados, depois do resgate de mais seis reféns nos últimos dias.

A UE "pede às Farc e aos demais grupos armados ilegais na Colômbia que libertem imediatamente todos os reféns que permanecem em cativeiro", indicou Ashton nesta quinta-feira (17) em um comunicado.

A chefe da diplomacia estimou que as últimas libertações representam um "bom passo para o cumprimento do Direito Internacional Humanitário", mas advertiu que o sequestro, no dia 10, de dois trabalhadores "é uma clara contradição em relação ao
espírito humánitario" com o qual as Farc disseram atuar nos últimos dias.

A Alta Representante "reitera o apoio e a solidaridade da União Europeia (UE) para com o povo colombiano e seu governo em sua luta contra o terrorismo", conclui o comunicado.

A guerrilha das Farc libertou na quarta-feira (16) dois reféns, na última fase de uma operação que começou na semana passada e terminou com o resgate de quatro sequestrados.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), principal guerrilha do país, mantém presos pelo menos 16 policiais e militares, além de aproximadamente 100 civis, alguns há uma década.

                                                                            Kamilla Aparecida.

terça-feira, 1 de março de 2011

Raúl Reyes fala sobre as FARC .


as FARC são um exército do povo que se nutre da economia do país, que é o petróleo, o café, as esmeraldas, o gado, o algodão, a coca e a papoula. Assim as FARC cobram um imposto àqueles capitalistas que tenham mais de um milhão de dólares, independentemente da proveniência de seus capitais. Não perguntamos ao empresário das transportadoras se seus caminhões foram comprados com dinheiro do narcotráfico. As FARC não têm cultivos, não negociam com narcóticos, não vendem favores aos narcotraficantes. As FARC subsistem da economia do país, apesar da campanha encabeçada pelos EUA que tem por fim desacreditar-nos, mostrar-nos não como uma organização revolucionária, mas como narcotraficantes, agora narcoterroristas. Mas é normal que os EUA façam isso, pois são nossos inimigos e, portanto, fazem o que devem fazer”.
dito pelo próprio Comandante do Secretariado Geral das FARC, Raúl Reyes
                                                                                        
                                                             Annah Victória.

Ingrid Betancourt da entrevista a UOL Notícias sobre as FARC.


UOL Notícias: O Brasil não considera as Farc como grupo terrorista, e um dos argumentos para isso é que essa classificação compromete o diálogo. A senhora acredita que o Brasil deveria mudar a maneira como vê as Farc?

Ingrid Betancourt: Acredito que tem de mudar tudo. As pessoas e as organizações não são o que pretendem ser, elas são o que são. Se há uma organização que sequestra, que manda bombas em igrejas e escolas, pois estão fazendo terrorismo e quem faz terrorismo é terrorista. Ou seja… Eu acredito que as Farc devem ser consideradas terroristas. Agora, segunda mudança: é preciso negociar com terroristas. Não se pode dizer que porque são terroristas então não se pode negociar. Ao contrário: porque são terroristas, é necessário entrar em um diálogo, que permita mudar a situação. Creio que são duas maneiras de enfrentar o problema que são complicadas. Porque se a questão é dialogar, a questão deve ser dialogar sabendo quem é quem. Mas não se pode desconhecer a natureza de uma organização sob o pretexto de poder dialogar. Isso me parece muito perigoso.

UOL Notícias: Desde que saiu da floresta colombiana, como viveu estes últimos dois anos? O que mudou na sua vida?

Ingrid Betancourt: Muitas coisas mudaram: a definição de mim mesma, a definição de minhas prioridades, o modo de lidar com o tempo, e meu modo de viver. Sou uma pessoa desprendida de muitas coisas hoje em dia… apegada a outras, mas  creio que na floresta me tornei uma pessoa mais simples.
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                                                                                                       Annah Victória.

Ingrid Betancourt afirma que Brasil tem de mudar a maneira como vê as Farc


                                 

Ingrid Betancourt é talvez a refém mais famosa que já passou pelas mãos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Sua projeção como candidata presidencial e sua nacionalidade francesa garantiam para a guerrilha importante visibilidade midiática e poder de barganha, e faziam de Betancourt uma refém valiosa demais para se perder. Nessa condição, acabou vivendo mais de seis anos em meio à floresta tropical colombiana, sob a vigilância constante de um grupo “terrorista”.
Hoje, dois anos depois da operação de inteligência militar que a resgatou, Betancourt pode usar brincos e não precisa mais pedir autorização para ir ao banheiro. Mas não abdicou completamente da companhia da guerrilha: fora da floresta, escreveu um relato de mais de 550 páginas sobre o período que esteve refém, em um exercício de revisitação do passado que qualifica como “terapêutico”.
De passagem pelo Brasil para divulgar a obra, Betancourt comentou sobre a relação que manteve com seus captores durante aqueles anos, questionou o tipo de “comunismo” praticado pela guerrilha e afirmou que o Brasil precisa mudar de postura e classificar o grupo como terrorista.
 “Se há uma organização que sequestra, que manda bombas em igrejas e escolas, pois estão fazendo terrorismo e quem faz terrorismo é terrorista. Ou seja… Eu acredito que as Farc devem ser consideradas terroristas”, afirmou Ingrid Betancourt.
                                                            Annah Victória.

Alborghetti fala do envolvimento do PT com as FARC .


                                                                                       Ana Carolina.

Arnaldo Jabor fala sua opinião sobre as FARC.




                                                                                                         Diana

as FARC. sua origem, seu futuro .


                  


Dividida por oligarquias regionais que entravaram a emergência de instituições nacionais, flagelada por longos conflitos civis, entre os quais a Guerra de los Mil Días (1899-1902), a Colômbia conheceu mais uma série de episódios sangrentos na primeira metade do século 20. Na seqüência, a partir do Bogotazo (1 948 - insurreição da capital do país após o assassinato do líder liberal Jorge Gaitán), o período denominado La Violencia (1948-1953) causou a morte de mais de 300 mil colombianos. Cifra que correspondia a 2% da população nacional na época. Sucedem em seguida repressões contra movimentos camponeses, massacres, vinganças e formação de milícias armadas que desembocam no surgimento de organizações de guerrilha. As Farc, fundadas em 1964, nascem da política de autodefesa camponesa propugnada pelo Partido Comunista da Colômbia (PCC). Inspirado na Revolução Cubana, o ELN (Exército de Libertação Nacional), outra facção guerrilheira ainda em atividade, terá em suas fileiras notadamente o padre guerrilheiro Camilo Torres, morto em 1966. Na mesma altura, aparece a guerrilha de orientação maoísta ELP (Exército de Libertação Popular) e o M-19 (Movimento 19 de Abril, 1970), agrupamento populista criado para protestar contra as fraudes eleitorais que acaba aderindo à luta armada.
Paralelamente, a logística da violência também é mobilizada pelas redes de narcotráfico, que transformam a Colômbia no maior produtor mundial de cocaína a partir dos anos 80. Atualmente, é da Colômbia que sai 90% da cocaína consumida nos Estados Unidos. Embora as Farc cobrassem um “imposto revolucionário” da cultura de coca desde os anos 80, foi o M-19 que se aproximou mais dos narcotraficantes. Tal aliança possibilitaria, em particular, a tomada do Palácio da Justiça de Bogotá pelo M-19, em novembro de 1985. Na época, alegou-se que Pablo Escobar, então chefe do cartel de Medellín, teria interesse no desaparecimento de documentos destruídos no Palácio da Justiça durante a operação. Por último, na virada dos anos 60, foram criados os grupos paramilitares, mobilizados pelos narcotraficantes e utilizados pelas Forças Armadas colombianas para combater as guerrilhas. Reunidos em 1997 nas AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), os paramilitares se dispersaram em 2006. […]
Estudos especializados registraram um total de 229 conflitos armados em 148 países entre 1946 e 2003. No meio tempo, a grande maioria dessas guerras cessou. Assim, excluídos os conflitos interétnicos (Palestina; território Karen, em Mianmar; Caxemira, na Índia), a guerra do governo colombiano com as Farc, na qual os combates começaram em 1966, configura-se o mais antigo dos conflitos mundiais. Considerando-se que tal fato ocorre num país independente desde 1819, a guerra civil colombiana apresenta-se como um caso único na história do mundo contemporâneo.

                                                                          Ana Carolina.